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Foto do escritorGepe Observatório

Dez escolas indígenas estão sem aulas por impasse que dura quatro meses sobre edital de contratação

Por Samuel Pinusa, G1 Ceará, em 1 de Fevereiro de 2022

As dez escolas indígenas do Povo Tremembé, nos municípios de Acaraú, Itapipoca e Itarema, estão sem previsão de início das aulas por conta de um impasse na contratação de professores pelo estado do Ceará. O ano letivo da rede estadual iniciou nesta segunda-feira (31), mas cerca de mil alunos dessas instituições ainda precisam lidar com as portas das escolas fechadas.

O impasse, que segue desde setembro de 2021, acontece porque o Povo Tremembé contesta as regras e a maneira como o edital para a escolha dos professores foi feito.

“Neste ano, a gente teve uma seleção de professores indígenas, para todas as escolas, que ao nosso olhar, enquanto Tremembé, estava ferindo os nossos princípios. Primeiro porque a gente compreende a importância das lideranças nesse processo e, como diz a Seduc, é preciso seguir uma legislação, que impede que quem esteja dentro do processo seletivo seja avaliado”, explica a professora Cleidiane Tremembé.



Dez escolas estaduais que atendem aos indígenas Tremembé não iniciaram as aulas por impasse na contratação de professores. — Foto: Luan de Castro Tremembé


No portal da Seduc há a informação que o processo de constituição das escolas indígenas no Ceará começou no final da década de 1990, com a luta das diferentes etnias indígenas. Atualmente, existem 38 escolas indígenas na rede estadual, quatro escolas das redes municipais de ensino de Maracanaú e Caucaia, e uma creche localizada em Itapipoca.

A situação impacta no processo educativo de cerca de mil alunos, conforme o povo Tremembé. Entre eles o filho de Fabiana Tremembé. “Eu tenho um filho que estuda na escola Brolhos da Terra, vai fazer o oitavo ano e ele tem muita dificuldade na leitura, na escrita. Esse momento está sendo difícil para mim, enquanto mãe, ver meu filho todo dia pedindo para estudar, aprender, estar junto dos colegas, e eu não consigo fazer nada porque a escola se encontra de portas fechadas”, lamenta a mãe de um dos alunos.

A Secretaria da Educação informou ainda que o impasse surgiu após reivindicação da etnia Tremembé por uma proposta específica que altera o formato previsto no edital de seleção de professores. Um documento foi elaborado pela comunidade indígena e enviado à Seduc, que agora analisa a demanda conforme a legislação vigente. Diz ainda que a Seduc está adotando as providências necessárias que o caso requer.


Mais informações em: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2022/02/01/dez-escolas-indigenas-estao-sem-aulas-por-impasse-que-dura-quatro-meses-sobre-edital-de-contratacao-de-professores-pelo-estado-no-ceara.ghtml?utm_source=telegram&utm_medium=share-engagement&utm_campaign=te-materias


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