Escrito por David Stigger, ODI
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Com mais de 20 mil casos confirmados, o índice de letalidade entre os povos indígenas no Brasil chega a 8,8%, 3,6% a mais que a média da população brasileira. Não obstante, os indígenas ainda sofrem com invasores em suas terras que levam a contaminação para dentro das aldeias. Como informa a Apib, até a própria Secretaria de Especial de Saúde Indígena (Sesai) foi responsável por disseminar o vírus em algumas aldeias:
O Amazonas foi o primeiro estado a ter a confirmação de indígenas contaminados e hoje concentra o maior número de mortes entre indígenas. Chamamos atenção para o fato da SESAI ser um dos principais vetores de expansão da doença dentro dos territórios indígenas, alcançando a região com maior número de povos isolados do mundo: o Vale do Javari.
No Ceará, a denúncias de descaso por parte do Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena (Dsei), levou a Federação dos Povos e Organizações Indígenas no Ceará (Fepoince) a denunciar a "gestão autoritária" do coordenador local, o que ocasionou a criação de um comitê de acompanhamento por parte do Ministério Público do Ceará.
Com isso, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil desenvolveu um plano de ação para o enfrentamento da Covid-19 entre os povos indígenas no Brasil. Segundo o site, os principais objetivos são:
Emergência Indígena é a frente do movimento indígena no Brasil no enfrentamento da pandemia de COVID-19 e sua expansão sobre os territórios e povos originários.
A frente organiza planos, projetos e ações criados a partir da necessidade de acompanhar e analisar o impacto do vírus sobre os povos indígenas, fornecer insumos e desenvolver estratégias de enfrentamento específicas e diferenciadas, e resguardar a memória e conhecimento ameaçado pela morte de nossos parentes.
A frente conta ainda com a produção de boletins semanais sobre a situação da população indígena no Brasil na pandemia. O primeiro evento produzido pela projeto será neste domingo, dia internacional dos povos indígenas (09-08), com a presença de indígenas e apoiadores da causa.
Para mais informações: http://emergenciaindigena.apib.info
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